O que é a Doença Peridontal?
A Doença Peridontal é a inimiga número um da saúde oral dos nossos patudos e afeta cerca de 80% dos cães e gatos adultos. Trata-se de uma inflamação do tecido que suporta o dente, que é composto por gengiva, cimento, ligamento peridontal e ainda o osso alveolar. A Doença Peridontal ocorre quando as bactérias se juntam com os resíduos de comida, saliva e células que estão na placa dentária dando origem à chamada placa bacteriana. Quando esta placa bacteriana não é retirada, a doença progride para tártaro, este pode apresentar uma cor castanho/esverdeado e textura dura devido à calcificação pela saliva. O tártaro torna a superfície dos dentes mais áspera o que facilita a acumulação de maior placa provocando o agravamento do curso da doença que pode ser dividida em quatros graus ( o grau I é o mais ligeiro e o grau IV é o mais grave).
A doença peridontal está na origem de outras doenças cardíacas (endocardiose), pulmonares, hepáticas, renais e de outros órgãos vitais.
Como é que a doença surge?
Inicialmente a placa bacteriana começa por originar uma gengivite (inflamação das gengivas) que se caracteriza por uma cor avermelhada e sangrenta. De seguida ocorre retração gengival e as bactérias invadem o ligamento peridontal, levando à destruição gradual das estruturas que suportam o dente. Com o tempo, o dente começa a ganhar mobilidade e pode culminar
com a sua queda.
Quais os fatores que predispões à Doença Peridontal?
A Doença Peridontal é bastante comum em cães e em gatos, ocorrendo normalmente em animais mais velhos, em cães de raças miniatura (Yorkshire, Pincher, Caniche etc.) e com bocas mais pequenas (como é o caso das raças braquicefálicas).
Os fatores que predispõe à formação de tártaro são:
- Má oclusão dentária (os dentes não “encaixam” corretamente);
- Retenção dos dentes de leite;
- O apinhamento dentário (dentes tortos);
- Anomalias dentais, como hipoplasia do esmalte ou dentes supranumerários (dentes excedentes);
- Doenças sistémicas e baixa imunidade;
- Comidas caseiras e alimentação húmida;
- Obesidade.
Quais os sinais clínicos e como fazer o diagnóstico?
Os sinais clínicos que mais saltam à vista são a halitose (mau hálito) e a alteração da coloração dos dentes, onde se encontram os cálculos.
Os gatos não toleram tão bem a dor oral como os cães e em muitos casos podem deixar de comer. Já nos cães os sinais clínicos mais frequentes são:
- Dificuldade em mastigar;
- Sialorreia (salivação excessiva);
- Dificuldade na preensão dos alimentos e preferência por alimentos mais moles;
- Emagrecimento;
- Prostração (não querem brincar nem passear);
- Em casos mais graves podem ocorrer abcessos, fistulas oro-nasais, problemas oculares e infeções em outros órgãos.
Qual é o tratamento para Doença Peridontal?
O tratamento tem como objetivo principal a remoção da placa bacteriana e do cálculo dentário, reduzir a inflamação e eliminar novas áreas onde se pode voltar a depositar a placa bacteriana através da destartarização que consiste no aplanamento e polimento da superfície dentária. A realização de Raio- X intraoral é também recomendado. Em casos de grau (III e IV) pode ser necessário a extração dentária.
Como prevenir a Doença Peridontal?
A prevenção consiste essencialmente na higienização oral através de escovas macias ou tipo “dedeira” e pastas de dentes para cães, check up anuais com o médico veterinário assistente para examinar a cavidade oral. Deve evitar comidas caseiras, uma vez que estas não tem uma consistência dura que faça alguma ação mecânica sobre a placa bacteriana. Há ainda alguns brinquedos, snacks e alguns outros produtos que ajudam na ação bacteriana.
Como podemos ver a saúde oral do seu patudo é muito importante para o seu bem estar.
Em caso de dúvidas não hesite em contatar-nos.